segunda-feira, junho 01, 2009

MARKU ALLEN COM PUBLICO A BANHOS






"O finlandês Markku Alen não deixou os seus créditos por mãos alheias ao conduzir de forma brilhante os Mitsubishi Lancer Evo VIII de serviço para inscrever o seu nome na lista de vencedores do “éFigueira Racing Festival”.
O cinco vezes vencedor do Rali de Portugal e que em 1978 venceu a Taça FIA de Pilotos – competição que no ano seguinte daria lugar ao Mundial de Ralis – levou a melhor no conjunto das duas corridas da final e relegou para a segunda posição o líder do Campeonato de Portugal de Ralis, Vítor Pascoal.
A diferença de quase quatro segundos traduz bem do andamento imposto pelo piloto finlandês, numa final marcada pela realização de duas mangas – os pilotos trocaram de viatura, dado que existiam enormes diferenças entre as viaturas em exercício – restabelecendo assim a verdade desportiva, ao contrário do que tinha acontecido anteriormente com outros pilotos que, ao conduzirem o Mitsubishi Lancer Evo VIII de cor vermelha, estavam automaticamente eliminados dada a disparidade existente para o carro idêntico de cor branca.
Desta forma, as duas “mangas” que os finalistas suportaram evidenciou o equilíbrio na totalidade dos duelos, com o piloto finlandês a superiorizar-se e a estabelecer o recorde da pista no primeiro confronto, ao estabelecer o tempo de 1m48.801s, menos quatro segundos do que o piloto de Amarante.
Na segunda ronda, que ditaria o vencedor da inédita iniciativa, Vítor Pascoal, com a viatura branca, suou as “estupinhas” para bater Markku Alen, mas por escassos dois décimos de segundo, contentando-se com o lugar intermédio do pódio.
Para alcançar a final, o piloto finlandês teve de se desenvencilhar de um conjunto de pilotos, arrancando sempre muitos aplausos das bancadas. Para trás ficaram António Rodrigues, Ricardo Teodósio e Andrea Aghini, deixando antever um final emotivo, dado que pela frente teria o actual líder absoluto do Campeonato de Portugal de Ralis.
O piloto de Amarante, que no sábado esteve na região de Fafe a treinar o Rali do FC Porto, pelo que esteve em desvantagem relativamente ao seu opositor dado que só ontem tomou o pulso ao traçado, foi deixando para trás o portuense Francisco Barros Leite, também debutante na pista face à presença em Fafe o dia anterior, o francês Didier Auriol, seguindo-
-se Alex Fiorio, na meia-final, piloto que viria a recuperar o “fôlego” no confronto com Andrea Aghini, na disputa pelo degrau mais baixo do pódio, separados por escassos centésimos de segundo.
Após sair do interior do Mitsubishi Lancer Evo VIII mais lento, Markku Alen agradeceu com acenos todo o carinho recebido proveniente das bancadas, afirmando que «foi um fim-de-semana super divertido. A pista é simplesmente fantástica, o que permite andar sempre nos limites, mas não existe qualquer segredo para ter alcançado o triunfo. Quando me coloco em posição de acelerar, na minha cabeça apenas passa o sentimento de que tenho de ganhar e, por isso, nada melhor que passar sempre ao ataque ao máximo».
Por seu turno, o piloto de Amarante, Vítor Pascoal, que procurou por todos os meios rubricar uma exibição que lhe pudesse “desautorizar” o estatuto de Markku Alen e, à boa maneira portuguesa, tentar apanhá-lo na curva. No entanto, ao seu lado partia a “velha raposa” que não deu a mínima hipótese de sair da Figueira da Foz de mãos a abanar.
«Não houve hipótese. O que permaneceu na pista foi, sem dúvida, a maior experiência de Markku Alen»», disse Vítor Pascoal, referindo-se ao piloto que iniciou a carreira desportiva quando ainda o nortenho ainda não era nascido.
«De qualquer das formas, confesso que estou muito satisfeito, não apenas de ter alcançado a tão ambicionada final, como também por ter defrontado um dos nomes míticos da história dos ralis e muito acarinhado pelos portugueses. Trata-se de um piloto que possui muita experiência e uma rodagem enormíssima relativamente a todos nós. O Markku Alen demonstrou mais uma vez que os “velhos são os trapos” e, quem sabe nunca esquece. É sem dúvida um piloto fantástico», sustentou Vítor Pascoal, após o abraço de parabéns ao seu adversário.
O “éFigueira Racing Festival” contemplou ainda variadíssimas acções, tais como demonstrações de “quads”, kartcross, acrobacias, perícias, entre ouros, com a acção de três dias a encerar com mais um espectáculo de variedades. 

José Rita feliz pelo 
extraordinário espectáculo
O conimbricense José Rita, director desportivo do “éFigueira Racing Festival”, não cabia em si de contente dada a forma como tudo decorreu ao longo de três dias: «Foi, sem dúvida, uma acção extraordinária e muito positivo, sobretudo se atendermos que foi realizada num curtíssimo espaço de tempo»
«Por incrível que pareça, todo este cenário foi feito em três semanas. Apenas posso firmar que foi um grande esforço colocar tudo isto de pé. Os pilotos gostaram imenso e, por isso, não poderíamos ter a melhor recompensa no final do evento e olhar para trás e que o trabalho que se fez foi amplamente reconhecido», acrescentou. Relativamente à falta de espectadores nas bancadas, José Rita foi peremptório em afirmar que «não conseguimos passar a mensagem e, por isso, não escondo alguma tristeza». 

Pouco público na final com 
a Serra da Boa Viagem à vista
O dia de ontem, que marcou a final da competição automóvel do “éFigueira Racing Festival”, esteve longe de provocar a reacção categórica do público que, em vez de emoldurar a pista da Cova Gala, optou por uma incursão nas praias próximas.
O calor que se fez sentir convidava a um mergulho nas águas do Atlântico, mas os nomes sonantes do automobilismo mundial poderia ser o pretexto para ver “in loco” os monstros do volante. Os pilotos Markku Alen, Timo Salonen, Didier Auriol, Alex Fiorio e Andrea Aghini dispensam apresentações, bem como outros ases do volante do panorama nacional que marcaram presença no “éFigueira Racing Festival.
No entanto, no decorrer das exibições automóvel disputadas por eliminatórias e que teve como aliciante duelos interessantes de seguir até à final, a bancada central esteve “despida” de público, quiçá provocada pelo “banho” de frustração a que foi sujeito na noite de sexta-feira e que acorreu em grande número para a reedição da “especial” da Serra da Boa Viagem.
Os aficionados dos automóveis, que não perdoam ser ludibriados – estavam previstas duas subidas e apenas 12 carros “treparam” a serra – mostraram desta forma o cartão vermelho à organização, se bem que na tarde de sábado a agitação de público não tenha passado despercebida.
Na pista de terra batida com dois quilómetros de extensão, concebida para provocar um efeito de grande adrenalina, os pilotos não encolheram os ombros e deram um espectáculo memorável. Com a Serra da Boa Viagem à vista, a “sombra” da decepção de sexta feira à noite acabou por ter reflexos negativos. O público “enfurecido” pela decepção foi soberano. Os nomes sonantes do automobilismo internacional e nacional que brilharam na Cova Gala não demoveram os apaixonados dos automóveis. Quem com ferros mata, com ferros morre."

Diario de Coimbra, in 1 de Junho 2009

2 comentários:

Anónimo disse...

voltamos aos relatos/copy & paste infindáveis?
PM

OLDLAU disse...

Como informaçao e á falta de boas fotos de Cuba ou outras, lá teve que ser.....