quarta-feira, fevereiro 14, 2007

DIARIOS DA MOTOCICLETA






Walter Salles filma de forma magnifica esta viagem de dois amigos, dois jovens idealistas, que partem à procura de um continente esquecido. Durante a viagem vão descobrir realmente o que é a América Latina e vão ganhar consciência do que nasceram para fazer. E se o filme já é em si uma epopeia, torna-se também um pedaço de história viva. Porque neste filme vimos nascer o "Che"....
Inicialmente pensamos estar mesmo diante de um road-movie. Rodrigo la Serna, o actor que intrepreta Granado, toma conta dos primeiros minutos do filme e dá um pouco de humor aos primeiros quilómetros de viagem. Temos uma pequena amostra do idealismo de Guevara, que surge como o contraposto ideal à matreirice de Granado, mas também é-nos dado a ver pela primeira vez a imensidão do cenário do filme, um continente belo e por explorar que transcendo tudo e todos. As paisagens da Argentina, Chile, Peru e Bolívia transformarm o filme de uma forma espantosa. Torna a missão destes homens ainda mais épica, e os problemas que eles encontram pelo caminho, ainda mais negros.
É que a viagem ao coração deste continente mostra mais as feridas por cicatrizar que este tenta esconder do que propriamente a sua grandeza - excelente o contraponto entre Machu Pichu e Lima.
Salles dirige com mãos de mestre o filme. Apoiado numa fotografia e numa montagem fora de serie, utilizando ainda, qual documentário, pequenos momentos a preto e branco, fotografias vivas da viagem, para que o que ficou para trás não possa ser esquecido. Não há um momento baixo no filme. Sempre que o motor da moto parece começar a soçobrar, eis que uma nova engrenagem na mudança lhe dá a vida necessária. Aos problemas com a namorada de Ernesto, segue-se a beleza da travessia para o Chile. À conturbada saida do Chile surge a imensidão do Atacama. À pobreza humana do Peru surge o talento dos Incas, e à dor dos leprosos surge a imponência do Amazonas. Tudo muito bem preparado e esquematizado. Tudo desenhado a regua e esquadro.

Sendo um road-movie, o filme vive igualmente dos actores, e nesse capitulo temos de nos reverenciar mais uma vez a Gael Garcia Bernal. O actor mexicano está a "explodir" de uma forma que poucos poderiam prever. É dificil voltar-mos a olhar para o "Che" sem ver-mos o olhar idealista que trespassa pela cara do actor mexicano"

E é na sequência deste "Road movie" tão importante e tão pouco visto talvez pela carga do politicamente correcto, que muitos sentiram a necessidade de percorrer esse extraodinário Continente, não com a "La Poderosa" a NORTON 500 de CHE e GRANADO, mas com outras maquinas mais poderosas umas que outras, e com essa vontade e gozo humano da curiosidade, e da solidariedade entre povos, que é a liberdade de viajar.

Assim no post seguinte vamos mostrar dois projectos diferentes , duas maneiras de viajar com meios e ritmos diversos ......

a suivre!!!!!
Juntamos o trailer desse "Poderoso" filme....





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