Quem conhece JOSÉ DE SOUSA VIDAL, fotógrafo?

Nos últimos dias, com a motivação suplementar da chuva, estive a arrumar uma série de publicações antigas e entre elas encontrei diversos números da prestigiada Camera uma revista de fotografia que teve o seu início em Lucerna, na Suiça, e foi posteriormente distribuída em muitos países e idiomas. Tornou-se, desde os anos 50, num órgão de grande influência internacional visto que representava, nesse importante período da fotografia, a vanguarda. Foi muitas vezes a primeira a mostrar obras e publicações de fotógrafos já bem conhecidos mas pouco divulgados, como Edward Steichen, Robert Frank ou Jeanloup Sieff.

Os números da revista tinham sempre um fio condutor e a edição de Junho de 1971 foi dedicado a August Sander, Lewis W. Hine e seus descendentes ou seja, fotógrafos que, na opinião do editor, actualizavam nos anos 70 a linha iniciada pelos dois prestigiados autores. Dentre estes encontrei um português: JOSÉ DE SOUSA VIDAL. Nascido em COIMBRA a 16 de Agosto de 1947, deixou como muitos o país aos vinte anos por discordar do sistema ditatorial de governo. Foi para Paris e durante um ano trabalhou como lavador de pratos, porteiro em Les Halles, guarda-nocturno, etc. No inverno de 1968 viajou até à Escandinávia, regressou uma vez mais a Paris e finalmente estabeleceu-se em Estocolmo. Entretanto adquiriu a sua primeira máquina, uma Canon FQ e não demorou a decidir que a fotografia era o meio ideal para expressar os seus sentimentos e conseguir uma clara percepção das pessoas e das coisas.

Frequentava a Escola de Fotografia de Estocolmo à data de publicação da revista Camera onde apareceram duas fotografias tiradas em Estocolmo, durante a rodagem dum filme.

Que será feito deste fotógrafo? Continuou a fazer fotografia ou enveredou por outra profissão? Continuou emigrado ou regressou após o 25 de Abril?

Tantas histórias. Quantas perguntas.