Alta noite, lua quieta,
Muros frios, praia rasa
Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.
Um poeta, na noite morta,
Não necessita de sono.
Andar... perder o seu passo
Na noite, também perdida.
Um poeta, à mercê do espaço,
Nem necessita da vida.
Andar... - enquanto consente
Deus que seja a noite andada.
Porque o poeta, indiferente,
Anda por andar - somente.
Não necessita de nada.
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